sábado, 11 de setembro de 2010

E que a força do
medo que tenho
não me impeça de ver o
que eu anseio.
Que a morte de tudo que
acredito não me tape os
ouvidos e a boca
Porque metade de mim
é o que eu grito.
mas a outra metade
é silêncio.
...
Que as palavras que
eu falo não sejam ouvidas
como uma prece,
nem repetidas com fervor
apenas respeitadas.
Porque metade de mim
é o que eu ouço ,
mas a outra metade
é o que calo.
Que essa minha
vontade de ir embora
se tranforme na calma
e na paz
que eu mereço.
Que essa tensão
que me corroe por dentro
seja um dia
recompensada.
Porque metade de mim
é o que penso
e a outra metade
é um vulcâo.
...
Que o espelho reflita um
doce sorriso que eu
lembro ter dado na infância.
Porque metade
de mim é a lembrança
do que eu fui
e a outra metade
eu não sei...
Que seja preciso
mais do que uma simples
alegria para me fazer
aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais
Porque metade de mim
é abrigo
mas a outra metade
é cansaço
...
E que a minha loucura
seja perdoada.
Porque metade de
mim é amor
E a outra metade...
também !

_____Oswaldo Montenegro

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